Economia Budista*
(1966)
Por Ernest Friedrich Schumacher
(Capítulo IV do livro O Negócio é Ser Pequeno: Um Estudo de Economia que Leva em Conta as Pessoas)
Um "meio de vida correto" é um dos pressupostos estabelecidos pelo Buda para o Nobre Caminho Óctuplo. Pode-se, portanto, falar com razão em uma ciência econômica budista.
Com freqüência, os países budistas afirmaram seu desejo de permanecerem fieis às tradições. Assim a Birmânia: "A Nova Birmânia não vê conflito entre os valores religiosos e o progresso econômico. A saúde material e o bem-estar espiritual não são inimigos: são aliados naturais" [1]. Ou então: "Podemos misturar com sucesso os valores religiosos e espirituais da nossa tradição com os benefícios da tecnologia moderna" [2]. Ou: "Nós birmaneses temos o sagrado dever de conformar os nossos sonhos e as nossas ações à nossa fé. Assim faremos sempre" [3].
Não obstante, todos estes países partem do pressuposto de que podem moldar os seus planos de desenvolvimento econômico de acordo com a economia moderna e, por isto, chamam os economistas modernos dos ditos países avançados para que dêem os conselhos necessários para formular as estratégias a seguir e para que construam o grande projeto de desenvolvimento, o plano quinquenal e semelhantes. Aparentemente, não há ninguém que pense que um modo de vida budista exija uma economia budista, da mesma forma que o modo de vida materialista moderno gerou a economia moderna.
Os próprios economistas, como a maioria dos especialistas, sofrem normalmente de uma espécie de cegueira metafísica que faz com que dêem por certo que a deles seja uma ciência baseada em verdades absolutas e imutáveis, sem nenhum pressuposto. Alguns chegam até a afirmar que as leis econômicas estão tão livres de metafísicas e de valores quanto a lei gravitacional. De qualquer forma, não é necessário empenhar-se em questões metodológicas. Em compensação, tomemos alguns dos princípios básicos e vejamos como aparecem aos olhos de um economista moderno e aos de uma economia budista.
Há universal concordância quanto ao trabalho humano ser uma fonte fundamental de riqueza. Ora, o economista moderno foi levado a reputar o trabalho ou "mão-de-obra" como pouco mais que um mal necessário. Sob o ponto de vista do empregador, é, de qualquer forma, uma parcela dos custos, a ser reduzida ao mínimo se não puder ser de todo eliminada, digamos, pela automação. Sob o ponto de vista do trabalhador, é uma 'desutilidade'; trabalhar é sacrificar seu próprio lazer e conforto, e os salários são uma espécie de compensação pelo sacrifício. Daí ser o ideal, do ponto de vista do empregador, obter produção sem empregados, e do ponto de vista do empregado, rendimento sem emprego.
As conseqüências dessas atitudes, quer na teoria como na prática são, é claro, de alcance extremamente longo. Se o ideal com relação ao trabalho é livrar-se dele, todo método que 'reduz a carga do trabalho' é bom. O método mais poderoso, abaixo da automação, é a chamada 'divisão do trabalho', e o exemplo clássico é a fábrica de alfinetes elogiada em A Riqueza das Nações [4], de Adam Smith. Não se trata aí de uma questão de especialização ordinária, mas de dividir todo processo completo de produção em parte diminutas, de modo a que o produto final possa ser produzido a grande velocidade sem que ninguém tenha de contribuir com mais do que um movimento dos membros, totalmente insignificante e, na maior parte dos casos, dispensando qualquer treinamento ou qualificação.
O ponto de vista budista considera a função do trabalho como sendo no mínimo tríplice: dar a um homem a oportunidade de utilizar e desenvolver suas faculdades; possibilitar-lhe a superação de seu egocentrismo, unindo-se a outras pessoas em uma tarefa comum; e gerar os produtos e serviços necessários a uma existência digna. Uma vez mais, são infinitas as conseqüências que decorrem dessa concepção. Organizar o trabalho de maneira que se torne desprovido de significado, maçante, embrutecedor ou irritante para o trabalhador seria uma atitude quase criminosa; indicaria maior interesse nos bens que nas pessoas, uma terrível falta de compaixão e um grau de apego, espiritualmente nocivo, ao lado mais primitivo desta existência mundana. Igualmente, sonhar com o lazer como alternativa para o trabalho seria julgado uma completa incompreensão de uma das verdades básicas da existência humana, qual seja a do trabalho e o lazer serem partes complementares do mesmo processo vital e não poderem ser separadas sem destruir a alegria do trabalho e a satisfação do lazer.
Do ponto de vista budista, há pois dois tipos de mecanização que devem ser claramente distinguidos: um que realça a habilidade e o poder do homem e outro que transfere o trabalho do homem para um escravo mecânico, deixando o homem na posição de servir ao escravo. Como distinguir um do outro?
'O próprio artesão', diz Ananda Coomaraswamy, um homem igualmente competente para falar tanto do Ocidente moderno quanto do antigo Oriente, 'pode sempre, se lhe for permitido, traçar uma distinção delicada entre a máquina e a ferramenta. O tear de tapeçaria é uma ferramenta, um dispositivo para manter esticados os fios da urdidura em torno da qual os dedos do artesão tecerão a peça; o tear mecânico, porém, é uma máquina, e seu significado como destruidor de cultura reside no fato de executar a parte essencialmente humana do serviço' [5].
É claro, por conseguinte, que a economia budista tem de ser muito diferente da economia do moderno materialismo, já que o budismo vê a essência da civilização não na multiplicação de necessidades, mas na purificação do caráter humano. O caráter, ao mesmo tempo, é formado sobretudo pelo trabalho do homem. E, o trabalho, apropriadamente conduzido em condições de dignidade e liberdade humanas, abençoa aos que o executam e igualmente a seus produtos. O filósofo e economista indiano J.C.Humarappa resume o tema assim:
"Se a natureza do trabalho é adequadamente apreciada e aplicada, está relacionada com as faculdades superiores da mesma forma que o alimento face ao corpo físico. Ele nutre e vivifica o homem superior e incita-o a produzir o melhor de que é capaz. Dirige sua vontade livre para canais progressistas. Fornece um excelente pano de fundo para o homem exibir sua escala de valores e aperfeiçoar sua personalidade." [6]
Se um homem não tem oportunidade de arranjar trabalho, fica em posição desesperada, não simplesmente por lhe faltar uma renda, mas por carecer desse fator nutritivo e vivificante do trabalho disciplinado que nada pode substituir. Um economista moderno pode empenhar-se em cálculos altamente elaborados para saber se o pleno emprego 'compensa' ou se seria mais 'econômico' dirigir uma economia abaixo do pleno emprego de maneira a assegurar maior mobilidade de mão-de-obra, maior estabilidade salarial, e assim por diante. Seu critério fundamental de sucesso é simplesmente a quantidade total de bens produzidos em dado período de tempo. 'Se o impulso marginal por bens é baixo', diz o Professor Galbraith em The Affluent Society, ' também o é, então, o de empregar o último homem ou o último milhão de homens na força de trabalho' [7]. E adiante: 'Se... podemos permitir-nos algum desemprego no interesse da estabilidade - uma proposta, diga-se de passagem, de antecedentes impecavelmente conservadores - então podemos permitir-nos dar aos desempregados os bens que os habilitem a sustentar seu habitual padrão de vida'.
De um ponto de vista budista, isso corresponde a virar a verdade de cabeça para baixo por se considerarem os bens mais importantes do que as pessoas e o consumo mais importante do que a atividade criadora. Significa passar a ênfase do trabalhador para o produto do trabalho, isto é, do humano para o subumano, uma rendição ante as forças do mal. O início mesmo do planejamento econômico budista seria um planejamento para pleno emprego e a finalidade principal disso seria, de fato, emprego para todos os que precisem de um emprego 'fora': não seria a maximização do emprego nem da produção. As mulheres, em geral, não precisam de um emprego 'fora', e o emprego em grande escala de mulheres em escritórios ou fábricas seria considerado sinal de grave insucesso econômico. Em particular, deixar mães de filhos pequenos trabalharem em fábricas enquanto as crianças ficam largadas seria tão antieconômico aos olhos de um economista budista quanto empregar um operário especializado como soldado aos olhos de um economista moderno.
Enquanto o materialista está sobretudo interessado em bens, o budista o está em libertação. Mas o budismo é o 'Caminho do Meio' e, assim, de maneira alguma antagoniza o bem-estar físico. Não é a riqueza que atrapalha a libertação, porém, o apego à riqueza; não a fruição de coisas agradáveis, mas o desejo exagerado delas. A tônica da economia budista, portanto, é simplicidade e não-violência. Do ponto de vista de um economista, a maravilha do estilo de vida budista é a racionalidade absoluta de seu modelo - meios espantosamente reduzidos levando a resultados extraordinariamente satisfatórios.
Para o economista moderno isso é bastante difícil de entender. Ele está acostumado a medir o 'padrão de vida' pela quantidade de consumo anual, supondo sempre que um homem que consome mais está 'em melhor situação' do que outro que consome menos. Um economista budista consideraria esse enfoque extremamente irracional: como o consumo é simplesmente um meio para o bem-estar humano, a meta deveria ser obter o máximo de bem-estar com o mínimo de consumo. Assim, se a finalidade das roupas é uma certa dose de conforto térmico e uma aparência atraente, a tarefa consiste em atingir esta finalidade com o mínimo esforço possível, isto é, com a menor destruição anual de tecido com a ajuda de desenhos que acarretem o mínimo possível de esforço. Quanto menos esforço houver, tanto mais tempo e vigor restarão para a criatividade artística. Seria altamente antieconômico, por exemplo, ir atrás de um trabalho de alfaiataria complicado, como no moderno Ocidente, quando se pode chegar a resultado muito mais bonito com o planejamento de tecidos não recortados. Seria o auge da loucura fazer pano que se desgastasse depressa e o auge da barbárie fazer qualquer coisa feia, esmolambada ou medíocre. O que acaba de ser dito a respeito de roupa aplica-se igualmente a todas as outras necessidades humanas. A posse e o consumo de bens é um meio para se chegar a um fim, e a economia budista é o estudo sistemático de como alcançar determinados fins com recursos mínimos.
A economia moderna, pelo contrário, considera o consumo como o único fim e propósito de toda a atividade econômica, tomando como meios os fatores de produção: terra, trabalho e capital. Aquela, em suma, procura maximizar as satisfações humanas pela otimização do modelo de consumo, enquanto esta tenta maximizar o consumo pela otimização do modelo de esforço produtivo. É óbvio que o esforço necessário para sustentar um estilo de vida que visa a atingir a otimização do modelo de consumo tende a ser bem menor do que o necessário para sustentar uma tendência para consumo máximo. Não devemos ficar surpresos, pois, que a pressão e a tensão de viver sejam muito inferiores, digamos, na Birmânia, do que o são nos Estados Unidos, a despeito do fato de que a quantidade de maquinaria destinada a poupar mão-de-obra usada naquele país ser uma fração ínfima da usada no outro.
Simplicidade e não-violência estão, é claro, intimamente ligadas. A otimização do modelo de consumo, ocasionando acentuado grau de satisfação humana graças a um índice de consumo relativamente baixo, permite às pessoas viverem sem grande pressão e tensão, e satisfazerem o primeiro ensinamento budista: 'Pare de fazer o mal, tente fazer o bem'. Como os recursos físicos são limitados em toda parte, as pessoas que satisfazem suas necessidades por meio de um modesto uso de recursos têm evidentemente menor probabilidade de fazerem-se concorrência ruinosa do que as que dependem de um índice elevado de recursos. As pessoas que vivem em comunidades altamente auto-suficientes, com recursos locais, também são menos inclinadas a envolver-se em violência em grande escala do que pessoas cuja existência depende de sistemas mundiais de comércio.
Do ponto de vista da economia budista, por esse motivo, a produção com recursos locais para as necessidades locais é o meio mais racional de vida econômica, enquanto a dependência de importações de pontos remotos e a consequente exigência de produzir para exportar para povos desconhecidos e distantes é altamente antieconômica, justificando-se somente em casos excepcionais e em pequena escala. Tal como o moderno economista admitiria que um alto índice de consumo de serviços de transporte entre a casa de um homem e seu local de trabalho significa uma desgraça e não um padrão de vida elevado, também um economista budista alegaria que satisfazer as necessidades humanas com fontes distantes em vez de fontes próximas significa insucesso em vez de sucesso. O primeiro tende a encarar estatísticas que revelam aumento do número de toneladas/quilômetros per capita da população usuária do sistema de transporte de um país como prova de progresso econômico, ao passo que para o segundo - o economista budista - as mesmas estatísticas apontariam uma deterioração extremamente indesejável no modelo de consumo.
Outra diferença notável entre a economia moderna e a budista surge a propósiuto do uso de recursos naturais. Bertrand de Jouvenel, o eminente filósofo político francês, caracterizou o 'homem ocidental' em palavras que podem ser tomadas como uma descrição justa do moderno economista:
"Ele tende a não computar coisa alguma como dispêndio, exceto o esforço humano; não lhe parece importar quanta matéria mineral desperdiça e, pior ainda, quanta matéria viva destrói. Não parece dar-se conta absolutamente de que toda vida humana depende de um ecossistema de muitas diferentes formas de vida. Como o mundo é governado de cidades onde os homens se acham desligados de qualquer outra forma de vida que não a humana, o sentimento de pertencer a um ecossistema não é revivido. Isso resulta em um tratamento implacável e imprevidente de coisas das quais em última análise dependemos, tais como a água e as árvores." [8]
O ensinamento de Buda, pelo contrário, recomenda uma atitude reverente e não-violenta não só para com todos os seres sensíveis como também, com grande destaque, para as árvores. Todo seguidor de Buda deve plantar uma árvore periodicamente e cuidar dela até estar firmemente assentada, e o economista budista pode demonstrar sem esforço que a observação universal dessa regra teria como resultado um índice elevado de desenvolvimento econômico genuíno, independente de qualquer auxílio estrangeiro. Grande parte da decadência econômica do sudeste da Ásia (assim como de muitas outras partes do mundo), deve-se indiscutivelmente ao insensato e vergonhoso descuido com as árvores.
Tal como um moderno economista europeu não consideraria uma grande pobreza econômica o fato de todos os tesouros da arte européia serem vendidos aos Estados Unidos por preços atraentes, também o economista budista insistiria em que uma população cuja vida econômica se baseia em combustíveis não-renováveis estaria vivendo parasitariamente do capital em vez de viver do rendimento. Um estilo de vida assim não poderia ter permanência e só poderia ser justificado, dessa forma, como um expediente meramente temporário. Como os recursos mundiais de combustíveis não-renováveis - carvão, petróleo e gás natural - são distribuidos de forma extremamente desigual pelo globo e sem dúvida limitados em quantidade, é claro que sua exploração a uma velocidade cada vez maior é um ato de violência contra a natureza que leva quase inevitavelmente à violência entre os homens.
Esse fato, só por si, poderia ser motivo de reflexão até para aquelas pessoas de países budistas que não ligam para os valores religiosos e espirituais de seus antepassados e desejam ardentemente abraçar o materialismo da moderna economia o mais depressa possível. Antes de afastarem a economia budista como nada mais que um sonho nostálgico, talvez lhes convenha considerar se o curso do desenvolvimento econômico traçado pela economia moderna é suscetível de levá-los aos lugares onde realmente querem estar. Quase no fim de seu corajoso livro The Challenge of Man's Future, o professor Harrison Brown, do Instituto Tecnológico da Califórnia, faz a seguinte apreciação:
"Vemos, pois, que, tal como a sociedade industrial é fundamentalmente instável e sujeita à reversão à existência agrária, também em seu interior as condições que oferecem liberdade individual são instáveis em sua capacidade para evitar as condições que impõem organização rígida e controle totalitário. De fato, quando examinamos todas as dificuldades previsíveis que ameaçam a sobrevivência da civilização industrial, é difícil ver como podem ser compatibilizadas a consecução da estabilidade e a manutenção da liberdade individual." [9]
Ainda que se rejeitasse isso, como uma opinião a longo prazo, há a questão imediata de saber se a 'modernização', tal como praticada presentemente, sem levar em conta os valores religiosos e espirituais, está realmente produzindo resultados agradáveis. Na medida em que se refere às massas, os resultados apresentam-se desastrosos - um colapso da economia rural, uma maré ascendente de desemprego na cidade e no campo, e o crescimento de um proletariado urbano sem alimento para o corpo ou para a alma.
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[1] The New Burma, Economic and Social Board, Government of the Union of Burma, 1954.
[2] Ibidem.
[3] Ibidem.
[4] A. Smith, An Inquiry into the Creations and Causes of the Wealth of Nations, curador Cannan, Londres, 1904 (edição original 1776).
[5] A. K. Coomaraswamy, Art and Swadeshi, Madras, Ganesh & Co.
[6] J. C. Kumarappa, Economy of Permanence, Rajghat, Kashi Sarva-Seva Sangh Publication, 1958.
[7] J. K. Galbraith, The Affluent Society, Boston, Houghton, 1958.
[8] R. B. Gregg, A Philosophy of Indian Economic Development, Ahmedabad, Navajivan Publishing House, 1958.
[9] H. Brown, The Challenge of Man's Future, New York, The Viking Press, 1954.
* Este texto foi publicado pela primeira vez no volume Asia: A Handbook, organizado por Guy Wint e publicado em Londres em 1966. Foi reimpresso por Jonh Papworth na edição de janeiro/fevereiro de 1968 da revista británica Resurgence (Vol. I, N. 11). Em 13 de agosto de 1969, Henry Geiger deu ao ensaio a sua primeira edição norte-americana, no boletim Manas (Vol. XXII, N. 33). Em 1973, foi inserido por Ernest Friedrich Schumacher na coletânea de ensaios Small is Beautiful: Economics As If People Mattered, publicada no Brasil com o título O Negócio é Ser Pequeno: Um Estudo de Economia que Leva em Conta as Pessoas (Círculo do Livro, 1973. Tradução: Octávio Alves Velho). Este livro foi traduzido em 27 idiomas e, em 1995, foi considerado pelo Suplemento Literário do diário británico Times um dos cem livros mais influentes escritos depois da Segunda Guerra Mundial.
Para ler a versão original em inglês do texto, com o título de Buddhist Economics, clique aqui.
O ensaio é disponibilizado pela E. F. Schumacher Society em 15 línguas. Para acessar estas versões, clique aqui.
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Um comentário:
Percebi que, como a 1ª publicação do livro foi em 1966, justamente quando os discursos sobre os problemas relativos a ecologia começaram a tomar corpo, existe uma relação estreita entre ambos pontos de vista, o budista e o ecológico.
No entanto a compreensão budista é mais abrangente, já que possui uma visão mais equânime entre o indivíduo humano e a natureza, enfatizada pela relação de bem estar daqule em dependência direta desta, sob uma perspectiva de menor consumo e maior satisfação.
Esta nova perspectiva é realmente o ponto central da economia budista. A indexação do bem estar de um indivíduo pelo seu nível de consumo é colocada em xeque. Uma equação de oferta e demanda que estabelecesse um novo padrão de satisfação deveria ser o problema central de qualquer pesquisa sobre economia daqui por diante.
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