O que são os direitos humanos? (Terceira Parte)
Por Vanessa de Castro Rosa
Os direitos humanos também desenvolvem o papel fundamenal de propiciar a construção de um mundo melhor, na medida em que buscam aproximar as pessoas e torná-las mais humanas, mais sensíveis às necessidades alheias e mais abertas às diferenças.
Á medida que os direitos humanos atuam como mecanismo de busca da felicidade individual, a felicidade coletiva passa a ser uma realidade e o mundo um lugar melhor para se viver, visto que não há como se construir uma felicidade baseada exclusivamente no indivíduo.
É como ensina S.S. Dalai-Lama 1:
Quando agimos para satisfazer nossos desejos imediatos sem levar em conta os interesses dos outros, solapamos a possibilidade de uma felicidade duradoura, se moramos num lugar onde há dez outras famílias na vizinhança e nem sequer nos ocorre pensar no bem-estar delas, perdemos a oportunidade de usufruir o seu convívio. Por outro lado, se fizermos um esforço para sermos amigáveis e nos preocuparmos com elas, estaremos promovendo a nossa própria felicidade, além da felicidade delas.
Um mundo melhor é um lugar onde a dignidade está presente, as pessoas buscam a felicidade e não se julgam no direito de impedir a felicidade de ninguém, é um mundo em que as pessoas se preocupam com o bem-estar alheio através do cultivo da compaixão, da tolerância, do perdão, da solidariedade e do respeito a todas as formas de vida.
Em um mundo melhor não cabe discriminação por opção sexual, aliás, não cabe qualquer tipo de discriminação, segregação e preconceito. Em um mundo melhor as pessoas são capazes de amar e respeitam-se umas às outras, além de se preocuparem com o futuro do planeta.
Um mundo melhor é um mundo plural, diversificado, dinâmico e aberto, um lugar em que coexistem harmoniosamente: todas as cores, todas as formas de amor, todas as religiões, todas as crenças, todos os estilos, todas as culturas, todos os povos.
Contudo, é necessário lutar por este mundo, não é preciso ser negro, mestiço ou amarelo para se defender a igualdade racial, não é preciso ser mulher, para se defender os direitos destas, nem ser criança, idoso ou portador de necessidades especiais para se defender os direitos destes, não é preciso estar doente para se lutar pela saúde, não é preciso ser homoafetivo para se defender a igualdade e dignidade destas pessoas. Só é preciso de ética e coragem para fazer valer os direitos humanos.
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[1] DALAI-LAMA. Uma ética para o novo milênio. Rio de Janeiro: Sextante, 2006, p. 46.
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